A Força da Resiliência em Situações de Crises

Efigenia Vieira, headhunter e CEO da Upside Executive Search

Tempo de Leitura: 2min.

Estamos apreensivos. Reservas financeiras preocupam. Demissões. Poucas oportunidades de trabalho. Ansiedade acompanhada de seus distúrbios e síndromes variadas nos tiram o sossego e a alegria.

Resultado de uma pandemia que trouxe além de novas rotinas, um estado de alerta que nos sensibiliza. Muitas vidas interrompidas e um total despreparo do poder. Seja político, seja de interesses múltiplos.

Esta sensação de grande desconforto nos é conhecida, mesmo que em menor grau. Facilmente nos recordamos do grande estresse provocado pelo ritmo frenético do trabalho de até pouco tempo. Múltiplas e incessantes mudanças, e consequentes variações na vida cotidiana.

Novamente experimentamos alterações gritantes no comportamento. E, muitos de nós, novamente à mercê do que teoricamente não se controla: alterações, advindas do exterior, que abalam nossa estabilidade e satisfação interior. Não vejo melhor momento para registrar dois livros que ajudam a perceber a força do ambiente exterior em cada um de nós: “Em busca de sentido” (FRANKL, 1991) e “Perdas necessárias” (VIORST, 2005).

Vale registrar que há pouquíssimo tempo a famosa e temida Síndrome de Burnout, conhecida pela síndrome do esgotamento físico e mental, acometia profissionais no trabalho frenético. O adoecimento acontece em 10 fases: dedicação intensificada; descaso com as necessidades pessoais; recalque de conflitos; reinterpretação de valores; negação de problemas; recolhimento e aversão a reuniões; despersonalização; tristeza intensa; colapso físico e emocional e o famoso estado de emergência.

Sabemos que a revolução digital e suas disrupções já se anunciam, com grandes mudanças e incertezas, muito antes da COVID-19 e, também, há muito se desenham as skills imprescindíveis para o avanço de um novo tempo. Quem não conhece as habilidades necessárias para a prontidão profissional?

Conhecimento digital. Habilidades cognitivas de alto nível – senso crítico, empatia, inteligência emocional, controle das emoções, avaliar, decidir, colaborar, criar. Adaptabilidade e seus desdobramentos como a capacidade de estar e responder a ambientes desconhecidos e ameaçadores em demandas diferentes no curto espaço de tempo, preservando a capacidade de voltar ao estado emocional normal. A competência que nos proporciona maior robustez e saúde mental. A resiliência.

Recheada pelo otimismo, flexibilidade e habilidade para lidarmos com o “estresse nosso de cada dia” e de dias incertos. A habilidade comportamental, que funciona como uma mola, voltando rapidamente ao seu estado normal. Não se deforma.

Descrevo teoricamente a construção de um possível desenvolvimento da Resiliência.  Simples como receita de bolo. Mas, quem disse que com a receita em mãos qualquer um faz um bolo? Se faz necessário entender como os elementos combinam, em que ordem e tempo funcionam para cada um e, sobretudo, desenvolver a prática de incorporar ao dia a dia o que realmente faz sentido. Refletir qual é a forma particular de apreender. A naturalidade do conhecimento e da postura adquirida se apresenta espontaneamente.

A proposta é compreender que o aprender e o experienciar aumentam nossa resiliência e nossa capacidade de detectar, como velhos modelos mentais podem estar bloqueando o nosso caminhar.

Vamos lá!

Aceitar as mudanças.

Tornar-se um aprendiz contínuo.

 Assumir o controle.

Encontrar o sentido do seu desenvolvimento.

Prestar atenção em você.

Cultivar sempre novos relacionamentos.

Refletir. Promove a aprendizagem, novas perspectivas e maior autoconsciência.

E não se esqueça de sempre adquirir novas habilidades. 

Na sequência, registro um simples e humilde paralelo do trabalho que desenvolvo com a presença do Coronavírus em nossas vidas.

Como headhunter e principalmente trabalhando no desenvolvimento de executivos, ambientes desconhecidos e, na maioria das vezes desafiantes, promovem a presença do estresse e da ansiedade. Alterações de comportamento se fazem presente. As fases seguintes se desenhavam em um processo de construção.” (VIEIRA, 2020).

Inicialmente se instala uma confusão inicial onde as pessoas buscam uma direção, uma orientação. É o momento onde as emoções variam do medo à indiferença.

Na sequência, há a aceitação da nova realidade como algo transitório, talvez passageiro reinando a incerteza. A percepção é que tudo se resolva no curto prazo.

Passa, então, a existir a necessidade de aceitar a situação para se adaptar. Posteriormente, registra-se o preparo para responder ao novo. As pessoas entendem o impacto e vislumbram a mudança no longo prazo.

Finalmente, no fim do ciclo deste processo percebe-se a construção de um novo universo. Chamo de “retomada”. Do desconhecido ao crescimento. Neste momento as pessoas possuem visão e objetivos claros. Tornam-se, novamente, protagonistas de suas vidas e carreiras.

É vital ter a clareza que a Crise, vivenciada hoje, representa mudança de longo prazo. Haverá, cada vez mais, rupturas nos modelos existentes e a criação de novos modelos. Conteúdo é o novo marketing.

O mundo digital veio para ficar. Vivenciamos em passos largos a chamada “Economia da Distância”. Atendimento remoto, simplicidade, confiança e a possibilidade do home office dependendo do segmento do negócio.

É importante registrar que toda crise gera mudança de comportamento. Portanto, tranquilize, pois estamos escrevendo uma nova história na humanidade.

Cuide muito bem de você. Emoções malcuidadas impactam a saúde. Bem-vindo a bordo Resiliência!!!

BIBLIOGRAFIA

FRANKL, Viktor E. Em busca deSentido. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1991.

VIORST, Judith. Perdas necessárias. Melhoramentos, São Paulo: 2005.

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Escrito por Efigenia Vieira | 14 . agosto . 2020

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